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Tradicional marca DUCOCO pede recuperação judicial

  • Foto do escritor: Equipe Sergio Schmidt Advocacia
    Equipe Sergio Schmidt Advocacia
  • 23 de fev.
  • 2 min de leitura

A tradicional marca Ducoco, uma das principais fabricantes de água de coco envasada e derivados da fruta no Brasil, entrou oficialmente em recuperação judicial. A decisão foi concedida pela Justiça do Ceará na última segunda-feira (17), permitindo à companhia buscar uma reestruturação financeira e evitar a falência.

Com uma dívida estimada em R$ 670 milhões, a Ducoco enfrenta um cenário desafiador, resultado de uma combinação de fatores: dificuldades na gestão da dívida, aumento expressivo no custo dos insumos e uma alta significativa nas taxas de juros. Esses elementos impactaram diretamente o fluxo de caixa da empresa, tornando insustentável o pagamento das obrigações de curto e médio prazo.


O que levou a Ducoco a essa situação?

Segundo o pedido apresentado à Justiça, a Ducoco já vinha enfrentando dificuldades desde 2023, quando o crédito disponível se tornou insuficiente para manter as operações. Em resposta, a direção buscou alternativas, como a troca de dívidas por novos títulos. Contudo, uma decisão de um dos Fundos de Investimento classificou os títulos de crédito da empresa como "perda", prejudicando ainda mais o fluxo de caixa e comprometendo a capacidade de levantar recursos.

A tentativa de captar recursos por meio da emissão de debêntures simples também não surtiu o efeito esperado. Em vez de fomentar a atividade operacional, os valores levantados foram direcionados ao pagamento de confissões de dívidas. Paralelamente, a escalada dos custos de produção e o aumento das taxas de juros tornaram a situação ainda mais crítica, levando a Ducoco a recorrer à recuperação judicial como última alternativa para evitar o colapso financeiro.


O processo de recuperação e os próximos passos

Agora, a Ducoco tem um prazo de 60 dias para apresentar um plano de recuperação detalhado. Esse documento deve conter estratégias concretas para renegociar dívidas, otimizar operações e retomar a estabilidade financeira. Durante esse período, todas as execuções e cobranças contra a empresa ficam suspensas, conforme previsto no "stay period" da Lei de Recuperação Judicial e Falências.

O Administrador Judicial nomeado para conduzir o processo é o escritório Andre Cruz Sociedade Individual de Advocacia, que terá a função de garantir a transparência do procedimento e proteger os interesses dos credores.


Recuperação Judicial: Uma luz no fim do túnel?

Apesar da situação delicada, a recuperação judicial não representa, necessariamente, o fim da Ducoco. Pelo contrário, trata-se de uma chance real de reestruturação. Se a empresa conseguir renegociar suas dívidas e implementar um plano de reequilíbrio financeiro eficaz, pode sair fortalecida do processo.

Para os consumidores e o mercado, a notícia traz um misto de preocupação e esperança. A Ducoco ainda tem um nome forte e produtos bem posicionados no segmento de bebidas naturais. A chave, agora, está na execução de um plano de recuperação viável, que permita à companhia seguir operando sem comprometer a qualidade de seus produtos e sua presença no mercado.


 
 
 

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