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Como a BRQ, empresa de fertilizantes, saiu da recuperação judicial e projeta faturamento de R$ 300 milhões.

  • Foto do escritor: Equipe Sergio Schmidt Advocacia
    Equipe Sergio Schmidt Advocacia
  • 6 de mai.
  • 3 min de leitura

Oito anos atrás, o futuro da Brasilquímica (BRQ), uma tradicional empresa familiar do setor de fertilizantes, parecia incerto. Enredada em dívidas, com problemas sérios de fluxo de caixa e uma estrutura pesada, a companhia precisou recorrer à recuperação judicial em 2017 para evitar o colapso. Mas o que parecia ser o começo do fim virou um ponto de virada — e hoje a empresa colhe os frutos de uma das reestruturações mais bem-sucedidas do segmento.

Com uma previsão de faturamento entre R$ 300 milhões e R$ 310 milhões em 2025, a BRQ mostra que, sim, é possível sair da crise com estratégia, coragem e boa gestão.


DO CAOS À RECUPERAÇÃO: O INÍCIO DA VIRADA

Em 2017, a BRQ entrou em recuperação judicial, aquele momento que todo empresário teme. O motivo? A velha história de sempre: problemas de caixa, aumento de despesas financeiras e investimentos que não deram o retorno esperado. Como era de se esperar, os bancos recuaram, e veio a tempestade.

Em vez de jogar a toalha, a empresa decidiu encarar a crise de frente. Marcelo Fernandes, herdeiro do negócio, assumiu a presidência do conselho durante esse período crítico e tomou uma decisão fundamental: trazer uma consultoria externa para diagnosticar exatamente onde estavam os problemas.


REESTRUTURAÇÃO RADICAL: A RECEITA PARA O RENASCIMENTO

A virada começou em 2018, com um plano de ação agressivo. A primeira medida foi dura, mas necessária: a empresa reduziu seu quadro de funcionários de 130 para apenas 52 pessoas. É aquela história: às vezes é preciso dar um passo atrás para depois dar dois à frente.

Outra sacada genial foi mudar completamente o modelo de negócio. Antes da recuperação, apenas 35-40% das matérias-primas eram importadas. Agora, esse número saltou para impressionantes 70%, com produtos vindos da China, Estados Unidos, Rússia, Turquia, Chile e Argentina. Essa mudança estratégica reduziu custos e aumentou a competitividade.

E tem mais: Fernandes teve a humildade de reconhecer que precisava de sangue novo na gestão executiva. Ele nomeou o contador da empresa, Renan Cardoso, como CEO, enquanto assumiu a presidência do conselho. Uma dupla que se mostrou imbatível!


RESULTADOS QUE IMPRESSIONAM: A BRQ HOJE

Em 2020, a BRQ superou oficialmente a recuperação judicial. E os números não mentem: em 2023, a empresa registrou um faturamento bruto de R$ 232 milhões, superando a meta de R$ 200 milhões!

E agora vem a parte mais impressionante: para 2024, a projeção é de um crescimento de 30% no faturamento, com previsão entre R$ 300 milhões e R$ 310 milhões. Isso mesmo, TRINTA POR CENTO de crescimento em um cenário econômico ainda desafiador!

A empresa também soube se adaptar às oscilações do mercado. Em 2023, por exemplo, enfrentou a volatilidade do dólar com estratégias de compra planejada e travas cambiais. Isso garantiu estabilidade mesmo quando o vento soprava contra.


DIVERSIFICAÇÃO E VISÃO DE FUTURO

A BRQ não parou por aí. Hoje, a comercialização de matérias-primas responde por cerca de 70% do faturamento, enquanto os fertilizantes especiais e bioinsumos correspondem aos 30% restantes. E tem mais: a previsão é que a participação dos bioinsumos dobre nos próximos dois anos, atingindo cerca de 20% do faturamento até 2027.

A empresa também inovou na política de retenção de talentos, distribuindo participação acionária entre funcionários mais seniores. Atualmente, 92% da companhia pertence a Fernandes, enquanto 7,5% são divididos entre três sócios: o CEO Renan Cardoso, o diretor comercial Murilo Spina e o diretor de operações Fábio Fernandes, com 2,5% cada.


A LIÇÃO QUE FICA

O caso da BRQ é uma aula de gestão em tempos de crise. Em vez de lamentar, a empresa:

  1. Identificou precisamente os problemas (trazendo consultoria externa)

  2. Tomou decisões difíceis mas necessárias (redução de quadro)

  3. Reinventou seu modelo de negócio (aumento de importações)

  4. Profissionalizou a gestão (CEO + Conselho)

  5. Diversificou produtos (bioinsumos)

  6. Pensou no longo prazo (retenção de talentos)


E os resultados estão aí! De uma empresa em recuperação judicial para uma com meta de faturar R$ 800 milhões em 2029 – triplicando o faturamento atual.


A história da Brasilquímica é um exemplo claro de que recuperação judicial, quando bem conduzida, não precisa ser o fim — pode, sim, ser um recomeço com muito mais força.


Fonte: Bloomberg Línea

 
 
 

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